segunda-feira, 16 de março de 2015

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Deixei de me queixar. Foi uma decisão que tomei há muito. Não que aquilo que eu diga seja propriamente uma queixa para mim, mas é-o para os outros. Portanto, deixei de o fazer à frente das outras pessoas. Ninguém sabe como me sinto; digo que está sempre tudo bem e ando de sorriso nos lábios como toda a gente gosta e quer. São raras, muito raras as pessoas que me conhecem realmente e percebem que no fundo há qualquer coisa que não está bem. 
Na verdade, sinto-me exausta, fisicamente e mentalmente.  Às dez e meia da noite estou a morrer de sono. O trabalho que trago da escola para fazer em casa aumenta todas as semanas e não estou a conseguir dar vazão a tudo. Felizmente ainda não stressei com isso, consegui ter discernimento suficiente para perceber que isso não me iria ajudar e tenho-me mentido calma em relação a este aspeto. Vou fazendo o que posso, um bocadinho todos os dias. Em casa tento-me organizar todos os dias da melhor forma, acordo mais cedo para adiantar algumas coisas de manhã, antes da minha filha acordar. À tarde, depois de a ir buscar, tenho que começar logo a fazer o jantar porque com uma bebé prestes a andar, demoro o triplo do tempo a a fazê-lo. Felizmente, ao fim de semana tento fazer as sopas todas da semana e prevejo também que carne e peixe vai ela comer. Para ajudar, a máquina de lavar roupa avariou e tenho andado em viagens constantes a casa dos meus pais para lavar a roupa. Como não estão cá a viver, resta-me deixar a roupa a lavar, depois vou tirá-la e estende-la e volto a fazer mais uma viagem para a ir buscar. Esperemos que não seja assim durante muito mais tempo. As minhas costas já se andam a ressentir com tanto saco de roupa suja e lavada. 
O que é certo é que nunca pensei que fosse capaz de me organizar desta forma, mas sou. Um filho faz-nos capaz de tudo.

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