quinta-feira, 13 de setembro de 2012

...

Não tenho muitos anos. Mais de trinta, menos de quarenta. Alguns, apenas para dizer que já vivi alguma coisa. Alguns, os suficientes para dizer que me falta ainda viver muito (espero!) e que desejo que o tempo passe devagar, com complacência perante as agruras que podem ainda surgir e os entraves ou problemas pelos quais terei que passar. 
Lembro-me que em pequena pensava na vida como se fosse algo de muito estranho que me foi oferecido. Pensava que tinha tido muita sorte, que no meu lugar poderia estar outra pessoa, outra ann.dorinha ou um Pedro (o nome escolhido pelos meus pais caso nascesse um rapaz). Cresci menos feliz do que gostaria mas aceitando a vida que me foi dada e pensando sempre que se era assim, era porque tinha mesmo de ser. Alguma coisa boa estaria por aí, para mim. Vivi sempre, quase sempre sem me colocar em primeiro lugar, esquecendo que para estar de bem com os outros teria de estar de bem comigo mesma e nem sempre cuidei de mim da melhor forma. Mas lá dizia o poeta mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. O tempo agora é este, a vontade é esta que trago dentro de mim. Partilhada.

Sem nunca esquecer as pessoas, sem nunca deixar de ser grata para com os outros, agora sim, é tempo de pensar nas minhas prioridades, no que eu quero e o que eu quero é tão simples mas tão bom que nem seria preciso um texto para o lembrar. Mas apeteceu-me. 

3 comentários:

  1. Também ando nessa tarefa hercúlea de me dedicar a mim, de me colocar em primeiro lugar, mas tudo se faz, e enquanto estamos vivos aprendemos.
    Revi-me muito no teu texto e tens razão, não deverias precisar de um texto para te lembrares, mas o facto é que ajuda sempre. Ajuda-me a mim, por exemplo, a relembrar que também tenho de ter essa atenção... ;)

    ResponderEliminar
  2. Que curioso, estamos em sintonia de decisão e talvez também de idade :)
    O que me acontece porém, é que sinto que tenho de me contrariar e ir contra aquilo que sempre fui, para passar a ser aquilo que deveria ser... não parece um contra senso?... Ou não será mesmo um contra senso?...
    Beijinho*

    ResponderEliminar