sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vinte dias depois - parte I

Acho que já passei por todas as emoções possíveis e imaginárias. Já sorri muito, já chorei, já estive triste, já me senti desiludida, já estive nervosa e irritada. Mas no meio de tudo isto estou feliz, muito feliz. Os dias têm sido quase sempre iguais e, até agora, não me tem custado por aí além. As noites sim, são difíceis e não dormir é aquilo a que eu chamo uma pequena tortura que me faz entrar (quase) em desespero. 
Apesar de tudo há assim um pequenino senão no meio de toda esta nova fase da nossa vida - antes, a minha filha estava dentro de mim, era só minha (e do pai) e só nós lhe sentíamos os movimentos e eu, como mãe, estava sempre, sempre com ela e ela comigo. Agora parece que é um bocadinho de toda a gente e isso custa-me tanto, tanto... É como se crescesse dentro de mim um sentido de proteção avassalador e fico assim, com vontade de a agarrar e arrancar dos braços das outras pessoas e dizer "não! é minha!" Mas eu sorrio, respiro fundo e percebo que todos queiram conhecer a bebé mais bonita do mundo e logo, logo, ela volta aos meus braços. Espero não perder nunca a  compostura e espero que isto seja apenas uma questão de hormonas, algo de normal que acontece à maior parte das mães e para a qual não estava assim tao preparada. 
Depois é este amor enorme, este sentimento que cresce todos os dias um bocadinho mais e que me assusta porque sei que agora nunca mais vai ser a mesma coisa e eu tenho este ser pequenino à nossa responsabilidade e já começo a pensar em tanta coisa que só me apetece que ela fique assim sempre pequenina que estes meses demorem muito tempo a passar.
Na verdade estes vinte dias têm sido tão bons, tão bons que fico derretida cada vez que a minha menina olha para mim fixamente como que a querer decorar os traços do meu rosto, e fico derretida sempre que ela faz aqueles barulhinhos a mamar ou quando adormece com a cabeça encostada ao meu peito. Vá... eu confesso, estou apaixonada.

1 comentário:

  1. É verdade, é como se fossemos muito egoistas,não querendo que ninguém se aproxime do nosso bebé! É um sentimento estranho, não é? Eu sentia-me mal por pensar assim, mas não conseguia evitar...
    Tal como quando as pessoas começaram a dar opiniões sobre tudo ou palpites que a mim me pareciam descabidos... às vezes tinha que sair do sítio onde estava para não me "saltar a tampa"!
    Depois vai melhorando, mas acho que nunca passa :)
    Ainda hoje, a minha filha tem 18 meses, a única pessoa de quem aceito bem ouvir alguma coisa e em quem confio a 100% para deixar a minha filha é a minha Mãe (para além do pai da minha filha, claro!).
    Não sei se é normal, mas é assim...

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